Vida dedicada aos direitos indígenas no Brasil

Brasília – Há quase 30 anos, a ativista brasileira Zonia Vapixana luta pelos direitos dos indígenas à terra e contra a “discriminação institucionalizada” no Brasil. Em entrevista exclusiva ao UN News para marcar o 20º aniversário da Declaração e Plano de Ação de Durban, ele diz que é hora de dedicar mais recursos a essa luta.

“Meu nome é Zonia e pertenço à tribo Vapikshana.

Minha segunda educação foi, como sempre digo, trabalhando com o movimento tribal, a organização aborígene. E, acima de tudo, luta pelos direitos coletivos das comunidades.

A comunidade precisa entender que a discriminação contra as tribos sempre existiu no Brasil.

Existe discriminação contra tribos não reconhecidas ou desrespeitadas.

Você pode ver os dados disponíveis sobre discriminação. A maioria é sobre afrodescendentes, mas não sobre povos indígenas. Não há dados sobre isso. A maioria dos estudos não resolve o problema da discriminação [against indigenous peoples].

Então, quando você vê alguém, os povos tribais não podem usar a Nike como um ministro porque isso contradiz os costumes tribais; Ou criticar uma mulher aborígine que usa um iPhone, que rouba sua identidade nativa. Ou não reconhece os direitos dos povos indígenas como cidadãos brasileiros, o que é uma espécie de discriminação institucionalizada.

Acredito que se uma pessoa sofre discriminação racial ou sofre de racismo, é necessário protegê-la em toda a extensão da lei. Mesmo que nada aconteça, relate o incidente. É importante fazer um registro dessa fase pela qual estamos passando.

A conferência deve realizar discussões sobre a inclusão dos povos indígenas na discussão das políticas públicas, pois é necessário incluir na luta as necessidades específicas dos diversos grupos.

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Não apenas recursos e leis [should be made available]. Porque a partir do momento que você reconhece o problema, mas você não tem o arcabouço para resolvê-lo com os recursos financeiros para implementá-lo [the policy], Você vai sofrer a mesma discriminação, na mesma situação que encontrou na primeira conferência. “

Jonia Vapixana:

Zonia Vapixana é graduada em direito pela Universidade Federal de Roraima e desde a década de 1990 vem defendendo as comunidades tribais na Amazônia brasileira.

Em 2018, no final de uma longa campanha, financiada na base por crowdfunding, ela se tornou a primeira mulher tribal a ser eleita para o parlamento federal do Brasil.

No mesmo ano, ela recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da ONU, que anteriormente incluía os vencedores Eleanor Roosevelt, Martin Luther King e Nelson Mandela.

Depois que a disputa de terras “Rabosa Serra do Soul” foi levada à Comissão de Direitos Humanos dos Estados Unidos, Vapixana se tornou o primeiro advogado nacional a ganhar um caso no Supremo Tribunal Federal. – Notícias da ONU

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