Uber busca homenagem no Brasil, taxistas devem lançar aplicativo local

Está cada vez mais difícil pegar um Uber no Brasil. Enquanto os preços dos combustíveis aumentaram 50% no ano passado, os aplicativos em que os motoristas de carona dependem reivindicam uma parte considerável do que resta.

O aumento da inflação deixou muitos brasileiros lutando para sobreviver.

Na rua, o telefone de um motorista de Uber emite sinal sonoro para pegar um passageiro, mas ele verifica a distância e recusa: “Virei um matemático ao volante”, reclamou.

Mas agora, os motoristas de São Paulo, uma cidade de 12 milhões de habitantes, estão prestes a lançar um aplicativo próprio, enfrentando gigantes do setor Uber com uma plataforma que, segundo eles, dará aos motoristas um negócio melhor.

“Com a gasolina tão cara, tenho que fazer contas em frações de segundo antes de cada viagem para ter certeza de que vale a pena, para não acabar dando carona ao passageiro”, disse Valmir, 56, motorista do Uber de São Paulo, que exigiu que seu sobrenome não é usado.

“Estou trabalhando 12-, 13-, às vezes 14 horas por dia para ganhar o mesmo dinheiro que eu costumava” entre 250 e 300 reais ($ 48- $ 57) por dia antes das despesas, disse ele.

Esse problema levou um grupo de 150.000 motoristas de aplicativos de São Paulo a organizar e desenvolver um aplicativo móvel próprio, apoiado pela Associação Paulista de Motoristas de Aplicativos e Entregadores (AMMASP).

Chama-se Me Busca, que se traduz aproximadamente como “pegue-me”.

“Queremos oferecer aos motoristas as condições que as empresas (de carona) oferecem: melhor remuneração, mais segurança e trabalho de melhor qualidade”, disse o presidente da AMMASP, Eduardo Lima, à Agence France-Presse (AFP).

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Seus criadores dizem que o Me Busca oferecerá preços semelhantes aos de concorrentes como a norte-americana Uber e a 99, de propriedade da chinesa Didi.

O aplicativo deve ser lançado em março e milhares de motoristas já se inscreveram.

A inflação chegou a dolorosos 10% no Brasil no ano passado, impulsionada pelo estrago econômico da pandemia de coronavírus. Os aumentos de preços para alguns setores foram muito maiores, incluindo 49% para os combustíveis.

A pandemia também aumentou as fileiras dos que lutam e desempregados.

Raniel de Queiroz, um técnico de 42 anos, começou a complementar seu trabalho diário como analista de backup de dados com noites de oito horas como motorista de carona. “Meu salário não está subindo, mas os preços estão. Dirigir era uma forma de ganhar algum dinheiro extra e acompanhar a situação inflacionária do país”, disse.

Mas seu tratamento pelo aplicativo para o qual ele dirige “fica cada vez mais injusto”, acrescentou.

As tarifas pagas pelos usuários do aplicativo subiram 60,5% no ano passado em São Paulo. Os motoristas dizem que mal estão vendo esse dinheiro.

Os aplicativos “aproveitam a alta taxa de desemprego no Brasil” atualmente de 11,6%, para manter o salário dos motoristas baixo, disse Marlon Luz, vereador que representa os motoristas.

Ele disse que os aplicativos retêm de 14% a 40% de cada tarifa, às vezes até chegando a 60%.

O Me Busca vai pagar aos motoristas “cerca de R$ 2.000 a mais por mês do que ganham agora, por trabalharem o mesmo número de horas”, disse.

A Uber, que chegou ao Brasil em 2014, diz que os motoristas “sempre ficam com a maior parte da tarifa que os usuários pagam”.

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“Em São Paulo, os ganhos semanais estimados subiram para 1.500 reais no mês passado, para uma semana de trabalho de 40 horas”, disse a empresa à AFP.

O aumento dos preços dos combustíveis fez com que muitos motoristas do Uber reduzissem as viagens no ano passado, deixando os passageiros com longos tempos de espera ou até presos.

A empresa disse que estava tentando consertar isso com incentivos como preços dinâmicos para atrair motoristas.

O App 99, por sua vez, disse que aumentou o pagamento do motorista em 10% a 25% no ano passado e está oferecendo 8% a mais por quilômetro este ano em São Paulo.

Os motoristas não estão convencidos.

“Esperamos que o novo aplicativo funcione”, disse Queiroz. “Se isso acontecer, eles vão desejar ter nos ouvido.”

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