Grande hidrelétrica interestadual na fronteira do Brasil com o Paraguai sente o calor da pior seca do Brasil em nove décadas
Hernanderias, a vasta barragem hidrelétrica intersticial em um grande rio na fronteira do Paraguai-Brasil-Paraguai, sente o calor da pior seca do Brasil em nove décadas.
Às vezes descritos como uma das sete maravilhas modernas do mundo, os bancos de Itaipu, em geral, tornaram-se exuberantes, verdes, rochosos e vazios.
Segundo o site da Itaipu, 2020 foi um dos anos mais secos da história da usina, com geração de energia em seu nível mais baixo desde 1994, uma década depois de inaugurada e menos eficiente do que agora.
Hugo Zarate, supervisor da fábrica, disse que a produção será 15% menor neste ano.
“Não esperamos que a crise de escassez de água seja resolvida antes de 2022. Começaremos o ano em uma situação muito crítica”, disse Jared à Associated Press.
Isso pode ser catastrófico para um país que produz dois terços de sua capacidade hidrelétrica total instalada, e especialistas alertam para a potencial escassez de energia nos próximos meses.
O presidente Jair Bolsanaro disse no mês passado que os reservatórios das hidrelétricas estavam “fora de alcance” e pediu aos brasileiros que desligassem uma lâmpada, tomassem um banho frio e parassem de usar elevadores o máximo possível.
Os legisladores discutiram o retorno do horário de verão.
As safras murcharam com o aumento dos custos da energia e dos alimentos. A falta de chuvas “afeta a navegação, afeta a pesca e afeta o turismo”, disse Jared.
O rio Paran, que alimenta a usina, é uma das principais vias navegáveis comerciais da América do Sul, passando pelo Brasil, Paraguai e Argentina. Este é o nível mais baixo em quase 80 anos. Os navios no rio tiveram que reduzir sua tonelagem para continuar.
Os níveis de água reduzidos fazem parte do ciclo natural. Mas os especialistas alertam que as atividades humanas podem afetar os padrões climáticos globais, levando a eventos graves, como secas e inundações severas.
De acordo com um estudo recente, o Brasil, o país do planeta com mais recursos de água doce, perdeu 15% de suas águas superficiais desde 1991.
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Reportagem da correspondente da AB, Diane Jondet, do Rio de Janeiro.