Futebol brasileiro tem como objetivo marcar investimentos e gols

O Brasil tem um recorde incomparável de revelar talentos do futebol. Mas no local de nascimento de alguns dos melhores jogadores que agraciaram estádios ao redor do mundo, muitas equipes nacionais há muito têm desempenho inferior fora do campo.

Dívidas, má gestão e, em alguns casos, supostos desfalques têm perseguido o jogo.

A mudança está agora nas cartas no lar espiritual de o Jogo bonito (o jogo bonito), à medida que ganha força o impulso para profissionalizar o lado empresarial do esporte. Aqueles que pressionam por reformas no setor de faturamento de US$ 1 bilhão apontam para o tipo de sucesso comercial alcançado nas principais ligas europeias nas últimas décadas.

Vários lados brasileiros estão buscando atrair capital externo adotando um novo tipo de estrutura societária, no lugar do modelo tradicional sem fins lucrativos.

A primeira proposta de negócio desse tipo foi divulgada no final do ano passado, quando Ronaldo Luís Nazrio de Lima, um dos maiores artilheiros de todos os tempos, anunciou planos de comprar 90% de seu clube de infância Cruzeiro, na cidade de Belo Horizonte. . A ex-estrela prometeu R$ 400 milhões (US$ 75 milhões) de financiamento através de sua empresa Tara Sports para o time que já foi de alto nível, que foi rebaixado da primeira divisão do Brasil há dois anos em meio a um escândalo de corrupção e dívidas crescentes.

O empresário americano John Textor, um dos principais acionistas do Crystal Palace FC, da Inglaterra, assinou um contrato vinculante para adquirir 90% do Botafogo no mês passado, prometendo despejar R$ 400 milhões no time carioca. Fãs comemoraram na rua após a aprovação da venda.

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O investidor americano John Textor, à direita, comemora com um fã enquanto finaliza detalhes de sua aquisição do Botafogo

O investidor americano John Textor, à direita, comemora com um torcedor enquanto finaliza os detalhes de sua aquisição pelo Botafogo © Jose Lucena / TheNEWS2 / ZUMA Press Wire / Alamy

“Este é um momento da história. Sei que estou disposto e sei que outros investidores estrangeiros se inspiraram”, disse ele ao Financial Times. “Há capital e pessoas olhando para outros clubes para fazer a mesma coisa.”

Ambos os acordos pioneiros decorrem de uma lei aprovada no ano passado que visa melhorar a transparência e a governança dos clubes de futebol, além de reduzir os níveis de endividamento.

Sob a configuração tradicional, as equipes são associações, isentas de certos impostos e de propriedade de torcedores, que elegem executivos poderosos. Os críticos dizem que esse sistema incentiva a tendência de emprestar e gastar de forma irresponsável para alcançar a glória em campo.

Embora não seja proibida de se tornar um negócio, a legislação visa superar a resistência dentro das hierarquias dos clubes. Cria um tipo especial de empresa, que pode vender participações a investidores, com tratamento tributário favorável e mecanismo de renegociação e resolução de dívidas.

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“Com os donos cuidando do dinheiro, teremos maior racionalidade financeira”, disse Eduardo Carlezzo, advogado que assessora os clubes sobre o assunto. “Teremos casos em que os fãs a abraçarão, mas em outros pode haver muitas críticas. Haverá um período de acomodação cultural.”

Ele acredita que o novo modelo atrairá inicialmente os clubes mais endividados, alguns dos quais às vezes ficaram para trás nos salários.

As dívidas entre os 23 principais lados do Brasil aumentaram um quinto para R$ 10,3 bilhões (US$ 1,9 bilhão) em 2020, segundo pesquisa da EY. Isso foi quase o dobro do faturamento total de R$ 5,3 bilhões, que apesar de sofrer o impacto da Covid-19 cresceu significativamente na última década.

Para os torcedores que reclamam do êxodo de jogadores para ligas estrangeiras, a esperança é que uma reforma há muito esperada resulte em mais dinheiro para convencê-los a ficar.

“Se você mantiver seus talentos, terá o melhor campeonato do mundo”, disse Pedro Mesquita, chefe de banco de investimentos da XP, que assessorou os negócios entre Cruzeiro e Botafogo. “[The law] abriu um novo caminho. . . Haverá pelo menos mais cinco ou seis grandes transações até o final do ano”.

Alerandro do agora renomeado Red Bull Bragantino, que fechou acordo com o grupo de bebidas em 2019

Alerandro do agora renomeado Red Bull Bragantino, que fechou acordo com o grupo de bebidas em 2019 © Miguel Schincariol / Getty Images

Um rival do Cruzeiro, América-MG, foi ligado ao Kapital Football Group, com sede nos EUA. “Nada foi decidido ainda e ainda estamos em negociações”, disse KFG.

Forasteiros já tentaram minar a costura do futebol brasileiro antes, embora raramente com sucesso. Um punhado de parcerias firmadas na década de 1990 com estrangeiros não durou ou azedou, como um empreendimento entre o Bank of America e o Vasco da Gama. Uma exceção notável foi a aquisição de Bragantino pela Red Bull em 2019. Apoiado pela marca de energéticos, ganhou promoção para a principal divisão nacional.

Nem todas as equipes serão atraídas pelo novo modelo, dizem analistas. O Flamengo, por exemplo, é creditado por reviver sua fortuna como associação depois de eleger uma diretoria há uma década em uma plataforma de gestão profissional.

No entanto, os conselheiros dos clubes acham que o novo arranjo legal pode ter um impacto no setor.

“Não é uma panacéia, é uma ferramenta que ajuda quem tem a mentalidade certa”, disse Jorge Braga, especialista em recuperação de empresas apontado como presidente-executivo do Botafogo no ano passado depois de ser rebaixado. “Há uma obrigação financeira muito importante para quem investe nessa estrutura”.

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Se as metas de redução da dívida não forem cumpridas, o novo proprietário torna-se co-responsável com a antiga associação, que continua a executar as atividades não futebolísticas e sociais do clube.

As primeiras experiências no Cruzeiro, que tem quase R$ 1 bilhão em dívidas, sugerem que não será fácil. Embora o negócio ainda não tenha sido concluído com a devida diligência ainda em andamento, Ronaldo já instalou uma nova administração, que teve que tomar decisões difíceis. Os torcedores protestaram contra a demissão de um goleiro veterano.

O orçamento foi reduzido para igualar a renda, segundo o diretor Gabriel Lima, que foi trazido do Valladolid, clube espanhol controlado por Ronaldo.

“O Cruzeiro é um paciente que estava na unidade de terapia intensiva. Ele precisa de tratamento de choque, que nunca é bom, mas precisa para sobreviver, melhorar e depois andar”, disse.

Embora as vendas de adesões de torcedores tenham se mostrado fortes até agora, Lima disse que o desafio é reabilitar a imagem do clube aos olhos de possíveis patrocinadores.

Marcelo Ferreira Rocha, de uma torcida independente, disse que a principal expectativa é voltar para a divisão mais alta. “Sonhamos com a reestruturação do clube e não havia outro jeito”, disse. “Mas como tudo é novo, não sabemos o que vem pela frente.”

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Apesar da famosa paixão nacional do Brasil pelo futebol, um desafio geral pós-pandemia é aumentar a venda de ingressos. Embora a média de público nos jogos da primeira divisão da Série A tenha aumentado 13% para acima de 21.000 em 2019os estádios ainda estavam menos da metade cheios, de acordo com dados compilados pelo grupo de mídia Globo.

Há também potencial para trazer os clubes do Brasil para um público internacional, argumentou Textor. “A maior parte do mundo nunca ouviu falar de Corinthians, Botafogo, Palmeiras – simplesmente não são marcas. Bem, porque não? ” ele perguntou.

Uma maneira poderia ser a revisão dos arranjos de transmissão e horários de jogos. Os clubes conversaram sobre uma possível nova competição controlada por eles mesmos, em vez da federação nacional.

A negociação coletiva de clubes com canais de TV sobre direitos de transmissão, e não na base individual atual, poderia “aumentar o tamanho do bolo”, disse Pedro Daniel, diretor executivo de esportes, mídia e entretenimento da EY no Brasil.

As regras de fair play financeiro, estabelecendo limites sobre quanto os clubes podem gastar, também são importantes para atrair mais investidores, acrescentou. “[It is] fundamental para o desenvolvimento sustentável da indústria”.

Reportagem adicional de Carolina Ingizza

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