Por Roberto Samora
SÃO PAULO, 4 Mai (Reuters) – O trabalho de colheita em fazendas de café robusta no Brasil, o maior produtor de café do mundo, está aumentando à medida que mais campos atingem a maturidade, enquanto os participantes do mercado veem a nova safra como positiva tanto em termos de tamanho quanto de qualidade.
A maior parte da produção de café do Brasil e do mundo é de arábica, um tipo mais suave e a escolha de redes de café como a Starbucks. Os grãos Robusta têm um sabor mais forte e são usados principalmente pela indústria de café solúvel.
A produção de robusta vem crescendo no Brasil nos últimos anos, pois as árvores são mais resistentes ao calor e à secura em comparação com o arábica. O Brasil é o No. 2 produtor de robusta depois do Vietnã.
“De outubro até agora tivemos boa umidade, as árvores estão em boa forma. Todas as indicações apontam para uma safra melhor do que na temporada passada”, disse Luiz Carlos Bastianello, chefe da Cooabriel, a maior cooperativa de café robusta do Brasil com sede no Espírito Santo. Santo, o estado robusta número 1.
A Conab, agência de abastecimento de alimentos do Brasil, vê a safra de robusta crescer 4,1% este ano, para quase 17 milhões de sacas de 60 kg. Estimativas privadas apontam um número maior em torno de 20 milhões de sacas.
A Cooabriel recebeu apenas cerca de 30.000 sacas até agora de agricultores associados, mas espera receber um total de 1,8 milhão de sacas, 300.000 sacas a mais do que em 2021.
Bastianello disse que grande parte da safra de robusta ficará no Brasil este ano, em vez de ser exportada.
“O mercado local está pagando bem”, disse.
As torrefadoras locais aumentaram a participação de grãos robusta em seus blends, tentando escapar dos altos preços do arábica.
A associação de exportadores de café Cecafé disse em seu relatório de abril que as exportações de robusta caíram 64% em relação ao ano anterior.
A colheita de robusta também começou em Rondônia, 2o maior produtor, onde a produção deve crescer 10%, para 2,5 milhões de sacas. (Reportagem de Roberto Samora, redação de Marcelo Teixeira; edição de David Gregorio)