AFP
Brasília, Brasil
domingo, 27 de março de 2022
O Brasil é “claramente contrário” a barrar a Rússia do G20, disse o ministro das Relações Exteriores, enquanto os EUA lideram um esforço para excluir Moscou do grupo por sua invasão da Ucrânia.
“Vimos iniciativas em vários organismos internacionais… para expulsar ou suspender a Rússia. O Brasil se opõe claramente a essas iniciativas, em linha com nossa posição tradicional a favor do multilateralismo e do direito internacional”, disse o chanceler Carlos Franca ao Senado. .sessão quinta-feira.
O comentário veio depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que apoiava a expulsão da Rússia do grupo G20 de grandes economias, ou “se isso não puder ser feito”, convidando a Ucrânia a “participar das reuniões também”.
A pressão para excluir a Rússia dividiu os membros do G20.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse acreditar que o presidente russo, Vladimir Putin, deveria ser impedido de participar da cúpula do grupo em novembro em Bali.
Mas a China chamou a Rússia de “membro importante”, enquanto a Indonésia, a presidência rotativa do G20, disse que permaneceria “imparcial”.
Franca disse que a ONU, não o G20, é o lugar para “debater questões de paz e segurança”.
“O mais importante agora é ter todos os fóruns internacionais funcionando plenamente”, incluindo o G20, disse ele.
“E isso significa ter todos os países presentes, incluindo a Rússia.”
O presidente Jair Bolsonaro insistiu que o Brasil permanece “neutro” sobre o conflito na Ucrânia.
Sua postura atraiu críticas de alguns setores, incluindo o governo Biden, que repreendeu o presidente de extrema-direita por expressar a “solidariedade” do Brasil com a Rússia quando Bolsonaro visitou Putin em Moscou oito dias antes da invasão da Ucrânia.