Os preços-teto estabelecidos pelo governo brasileiro para o próximo leilão de geração de energia A-4 são significativamente maiores em comparação com o último leilão correspondente em junho de 2021.
O principal aumento foi para energia solar e eólica, alta de 13,6%, para 225 reais (US$ 45,20)/MWh no caso de projetos ainda sem autorização da fiscalizadora Aneel operar ou que tenham sido autorizados, mas não tenham contratado energia no mercado livre (não regulamentado).
Ao contrário do ano passado, desta vez poderão participar projetos eólicos que tenham sido autorizados e contratados parte de sua energia, sob um preço-teto de 204,7 reais/MWh.
O preço-teto para os projetos greenfield autorizados pela Aneel e que têm parte de sua energia contratada é menor porque seus riscos de viabilidade comercial são reduzidos.
Na A-4 de 2021, os projetos solares fotovoltaicos venderam energia entre 135 reais/MWh e 138 reais/MWh, e os empreendimentos eólicos por cerca de 150 reais/MWh.
Para usinas hidrelétricas, a variação ascendente foi de 7,9% para 315 reais/MWh para projetos não autorizados ou autorizados e descontratados, e 10,2%, para 187,7 reais/MWh, para projetos autorizados e contratados.
Pequenas (5MW-30MW) e mini (até 5MW) hidrelétricas tiveram seu preço teto subir 9,5% para 268,5 reais/MWh, enquanto as usinas de biomassa tiveram um aumento de 7,9%, para 315 reais/MWh.
No ano passado, os projetos hidrelétricos venderam energia por cerca de 207 reais/MWh, enquanto as térmicas fecharam contratos por cerca de 195 reais/MWh.
A comparação foi feita pela BNamericas com base em dados da Aneel. O regulador aprovadona terça-feira edital e documentos do concurso.
Os aumentos estão alinhados com as perspectivas dadas por representantes das associações locais de pequenas centrais hidrelétricas e solares fotovoltaicas, Abrapch e Absolar, compartilhadas com a BNamericas aqui e aqui.
Os vencedores das propostas serão os licitantes que oferecerem os maiores descontos em relação aos preços máximos.
O leilão A-4 deste ano está previsto para 27 de maio. Entre os projetos inscritos, os relacionados à geração eólica e solar fotovoltaica somam 73.256MW, 97,4% do total registrado.
O Nordeste concentra cerca de 70% dos projetos e energia registrados, principalmente de fontes eólica e solar.
Os estados com mais projetos disponíveis para o leilão são Bahia, com 531 empreendimentos e 19.215MW, Minas Gerais (304 projetos e 14.008MW), Piauí (208 projetos e 8.060MW) e Ceará (155 projetos e 6.093 MW).
A maioria de as termelétricas cadastradas (1.018MW) estão nas regiões centro-oeste e sudeste. Os projetos hidrelétricos (976MW) estão nas regiões sul e centro-oeste.
Os contratos terão início em 1º de janeiro de 2026 e vigorarão por 15 anos para empreendimentos de energia solar e eólica fotovoltaica e 20 anos para projetos hidrelétricos e térmicos.